Blend de ácidos orgânicos: O que realmente vocês está comprando?
Você já parou para analisar se o Blend de ácidos que você usa é realmente composto por ácidos orgânicos?
Muitas vezes, somos enganados ao adquirir produtos que se dizem Blend de ácidos orgânicos, mas que na verdade contêm uma composição predominantemente inorgânica. E isso é um problema!
Mas o que torna um ácido verdadeiramente orgânico e por que isso é importante? Quais as diferenças entre os ácidos orgânicos e os inorgânicos? Quais nos trazem os melhores resultados?
Neste blog, vamos abordar o que torna um ácido verdadeiramente orgânico e por que isso é importante.
- O que são? Os ácidos orgânicos desempenham um papel fundamental na indústria alimentícia e na nutrição animal, sendo amplamente utilizados como conservantes, acidificantes e aditivos. Esses compostos possuem mecanismos de ação que os tornam eficazes na prevenção de doenças e na promoção da saúde intestinal. No entanto, é crucial entender a composição e a concentração dos ácidos orgânicos para garantir a autenticidade e a eficiência dos produtos adquiridos.
- Ácidos orgânicos x Ácidos inorgânicos: Quando adicionados à alimentação animal (água e ração), os acidificantes reduzem o pH do trato digestivo, facilitando o processo de digestão e reduzindo a quantidade de microrganismos patogênicos. E é aí que encontramos a principal diferença: os ácidos orgânicos exercem ação bacteriostática e bactericida, inibindo o crescimento bacteriano, enquanto os ácidos inorgânicos não têm esse efeito.
Portanto, é essencial entender o que torna um ácido verdadeiramente orgânico para garantir que você esteja comprando produtos autênticos e eficazes.
Em primeiro lugar, os ácidos orgânicos são compostos por carboxilas em suas moléculas e são encontrados naturalmente em plantas e animais. Eles têm sido amplamente utilizados na indústria alimentícia e na nutrição animal como conservantes de grãos e rações, prevenindo o crescimento de fungos e umidade. Além disso, eles também são utilizados como acidificantes de cama, sanitizantes de carne e como aditivos na ração ou água de bebida.
Os ácidos orgânicos possuem diversos mecanismos de ação que os tornam eficazes. Primeiramente, eles exercem efeito antimicrobiano nos animais, reduzindo a capacidade de aderência de bactérias à parede intestinal e desnaturando proteínas. Eles também diminuem o pH no trato digestivo, o que afeta a produção de pepsina e a digestão, além de terem ação bactericida e bacteriostática na microflora do trato digestivo.
Além disso, os ácidos orgânicos atuam como tamponantes aniônicos, interagindo com cátions presentes nas dietas, como cálcio, magnésio, ferro, cobre e zinco. Isso aumenta a digestibilidade e a retenção desses elementos. Pesquisas também mostram que esses ácidos podem alterar a expressão gênica dos receptores intestinais para diferentes espécies de microorganismos patogênicos.
Em suínos, por exemplo, os ácidos orgânicos ajudam a manter o pH gástrico estabilizado, melhoram a digestão de proteínas, estimulam a secreção de bicarbonato e enzimas pancreáticas, o que auxilia no processo de esvaziamento gástrico e na absorção de nutrientes no intestino. Eles são eficazes na prevenção de enteropatias, como Salmonellas, Lawsonia intracellularis e Clostridium sp.
É importante ressaltar que a eficácia dos ácidos orgânicos depende da sua forma não dissociada, que é melhor absorvida pelas células e apresenta uma capacidade bactericida mais eficaz. Portanto, é fundamental verificar a composição, a concentração e o PKas dos acidificantes que você está adquirindo. Muitos produtos são comercializados como blend de ácidos, mas ao verificar a quantidade de cada ácido, é comum encontrar uma predominância de ácidos inorgânicos, com menos de 10% de ácidos orgânicos. Nesses casos, o efeito desejado pode não ser alcançado, já que os ácidos inorgânicos não possuem as mesmas propriedades benéficas dos ácidos orgânicos.
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